quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Nanopoema

Em cima do disquinho de cobre está um fio de carbono, em cima do fio de carbono estão milhares de nanofios. Em um desses nanofios está um nanopoema. Em um lugar invisível e infinito, numa outra dimensão onde os elétrons encontram a poesia.

“Para escrever o nanopoema, demorou mais ou menos 5 horas depois que achei o nanofio até terminar todo o procedimento”, conta Luis, doutorando em física, pela Unicamp, pesquisador de nanofios, escreveu o nanopoema com um feixe de elétrons, em um fio mil vezes mais fino do que um fio de cabelo, a pedido do poeta e músico Juli Manzi. A experiência foi realizada no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS)

"Quando nós averiguamos as possibilidades de realização dessa transcriação e vimos ali a nanotecnologia como um bem plausível de realização, imediatamente eu lembrei desse poema do Arnaldo Antunes "Infinitozinho". Em um primeiro momento me chamou a atenção o quanto o resultado plástico da obra era rudimentar. O primeiro impacto que eu tive quando vi foi esse: "vida não é fácil escrever com nanotecnologia, realmente", diz o poeta e músico Juli Manzi.

Nesse minúsculo infinito vamos buscando um jeito, ainda rudimentar, de conservar por escrito nossos melhores pensamentos. Para que lá dentro, na imensidão do espaço, não desapareçam nossas palavras.

Bom Dia Brasil- Globo

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