domingo, 6 de setembro de 2009

Paixão pelo Brasil


“Minha música é natural,
como uma cachoeira”

Heitor Villa- Lobos
(1887- 1959)

O compositor brasileiro de maior expressão internacional levou tempo para ser reconhecido em seu país. Foi preciso que artistas como o célebre pianista Arthur Rubinstein avalizassem sua obra. As causas desta rejeição inicial explicam as razões de sua grandeza: Villa fundiu, em suas composições, a linguagem musical européia de vanguarda à genuína música brasileira.

Um dos compositores mais prolíficos da história da música (compôs mais de mil obras), ouvimos em cada compasso de sua escrita um Brasil que vibra e molda formas, ritmos e melodias. Os choros, que nutriram de música a juventude de Villa, o samba, as cantigas de roda, temas nordestinos, elementos africanos e indígenas, os sons da natureza, inúmeros brasis pulsam de tal maneira sob a gramática musical européia que acabam por sobrepujá-la.

Em cada período de sua vida, a simbiose perfeita do local e do europeu, ainda que com “falhas harmônicas e orquestrais” apontadas por diversos teóricos da música, forjaram um conjunto de obras-primas peculiares, em caráter e efetivo instrumental.

O conjunto mais representativo desta fusão é a homenagem de Villa ao mestre do contraponto em suas nove Bachianas. Elementos musicais de várias partes do Brasil, elaborados em fino contraponto, engendram composições divididas em movimentos, cada qual recebendo dupla denominação: uma européia e outra brasileira. Célebres são a Toccata das Bachianas n°2, também chamada de O Trenzinho do Caipira, e a ária (ou cantilena) das Bachianas n°5, destacando-se em um conjunto que merece ser conhecido na íntegra.

Choro n°5 Alma Brasileira

Um comentário:

Tucha disse...

Villa Lobos tem músicas preciosas, elas trazem muito da alma brasileira, nosso lado alegre e sensível.

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